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O CBD COMO INHIBIDOR DE RECAPTAÇÃO

Como o CBD, composto exógeno de planta, penetra na célula humana para se ligar ao recetor nuclear?

Primeiro, ele tem que passar através da membrana celular «pedindo boleia» da proteína de ligação de ácidos gordos (FABP) que acompanha várias moléculas lipídicas no interior da célula. Estas moléculas de transporte intracelular também escoltam o Tetra-hidrocanabinol (THC) e as moléculas do cérebro semelhantes a maconha, os endocanabinóides anandamida e 2AG através da membrana a vários alvos dentro da célula. O CBD e o THC modulam os recetores na superfície do núcleo que regulam a expressão gênica e a atividade mitocondrial.

O CBD também produz um efeito anti-câncer ativando os PPARs na superfície do núcleo da célula.

Afinal, o canabidiol tem uma forte afinidade com três tipos de FABPs, o CBD entra em competição com os nossos endocanabinóides, que são ácidos gordos, para conquistar as moléculas de transporte. 

Já situada dentro da célula, a anandamida é decomposta por FAAH [hidrolase da amida dos ácidos gordos], enzima metabólica por ser parte do ciclo de vida natural da molécula.

Entretanto, o CBD interfere nesse processo reduzindo o acesso da anandamida às moléculas de transporte FABP e impedindo a passagem do endocanabinóide no interior da célula. De acordo com a equipa dos cientistas da Universidade Stony Brook, o CBD funciona como o inibidor de recaptação e destruidor da anandamida aumentando assim os níveis de endocanabinoides nas sinapses cerebrais. O aumento do tônus do endocanabinode por meio da inibição da recaptação pode ser um mecanismo principal por meio do qual o CBD confere os efeitos neuro-protetores contra convulsões, bem como dá muitos outros benefícios para a saúde.

Os efeitos anti-inflamatórios e anti-ansiedade do CBD são relacionados parcialmente com a sua inibição da recaptação de adenosina. Ao retardar a recaptação desse neurotransmissor, o CBD aumenta os níveis da adenosina no cérebro que regula a atividade dos receptores da adenosina.

Os receptores da adenosina A1A e A2A desempenham o papel significativo na função cardiovascular, regulando o consumo do oxigênio pelo miocárdio e o fluxo sanguíneo coronariano. Estes receptores têm amplos efeitos anti-inflamatórios que afetam todo o corpo.  

Yana Djonua

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